segunda-feira, 28 de abril de 2014

O saldo da minha estima avariada é o óbito da minha empatia...

Pegou a carta que eu escrevi e limpou a bunda com ela! Não era uma carta qualquer, era uma declaração-contrato com premissas bonitinhas de apreço e bem querer. Arrancou a rosa do vaso e rasgou-lhe a cor com os dentes, naquela hora do rompante avesso deitou o cristal do recipiente violentamente no assoalho, os cacos se perderam nos cantos, com pontinhas enterradas nas dobras mais íntimas da minha ingenuidade.
Fiquei olhando sem entender a ofensa e o espanto transbordou no meu olhar uma nascente.
...
Minha dignidade encolheu. Voltou dentro de um bolso, muito tímida.

Gente que não dá valor a verdadeira amizade, cega, anula, castra a importância da oferenda. E depois os faniquitos fleumáticos chegam querendo suavizar o imponderável. 

Tentou recuperar a carta, mas a mensagem se corrompeu. A rosa estava morta e pedir desculpa para o vidro despedaçado não o faria recomposto. 

Mudei a certeza de lugar pra limpar a bagunça.

A confusão que sobra quando uma amizade é interrompida, é sempre maior pra quem valoriza a sutileza do presente.
É fundamental saber que quando um sentido se confunde, confie num outro...

O essencial é invisível aos olhos, mas aos outros sentidos jamais! 

Katyucha

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