sexta-feira, 22 de agosto de 2014

CARTA BOMBA!

Pra quem você enviaria uma carta bomba?
Eu sei bem pra quem. Sempre soube o tipo de gente que merece esse presente de grego. Listo nomes se precisar, mas para o bem de minha pouca e resiliente saúde mental, é uma lista bem pequena. 
Uma carta, de remetente certeiro. A bomba dentro como uma dissolução precisa. Gentes que merecem desaparecer daqui, desse planeta, dessa galáxia, desse universo, de preferência rápido, de preferência sem deixar rastro.
A carta bomba não é coisa pra inimigo. Definitivamente não. Assumindo o risco prepotente de afirmar que não tenho inimigos, apesar de não ter encontrado equivalente oposto à altura, nem almejo tal fato, reconheço que inimigo é um ser que se destrói olhando nos olhos, devagar, criteriosamente, de modo calculista. Com o respeito antônimo que a disputa equânime exige. Ter inimigo cansa absurdamente, exige vigilância constante, concentração e inteligência.
Quero não. Basta-me o boicote maldoso de minha própria e rasa consciência.
Envia-se uma bomba pra quem você quase despreza. 
Pra quem te atrapalha, apesar de você o fazer insignificante na sua história. Pra quem insiste em chutar sua canela principalmente quando você está mais distraída. Pra quem faz cosplay de pedra no sapato. De pimenta na retina. De farpa debaixo da carne da unha. De furúnculo na curva da coxa. Faz dublê de hemorróida inflamada. De diarréia na casa do namorado. Enfim, em quem insiste em morder sua paz toda vez que a receita estava ficando redondinha.
Por mais que você cague para este tipo de gente, às vezes por conta de uma inconveniência quase expert, eles te fazem cagar pra dentro!


Carta bomba é pra gente tão insípida, que tem que ser anônima.
Não tem declaração dramática, não se perde tempo explicando o motivo, não se justifica. Nem se registra.
Se envia.
O espírito suíno digno da carta, vai abrir o envelope em nome do complexo covarde que sempre está num extremo da régua: Coitadismo vitimado ou superioridade não valorizada. Acreditando sempre que a culpa é do outro e que a justiça vai chegar pra reparar as imensas maldades dos algozes que o cercam.
Ele não vai perceber a ausência de remetente porque não enxerga bem com os olhos, uma vez que só vê bem o umbigo.
Ele não vai desconfiar da intenção, porque é obtuso de bom senso e respeito próprio.
Ele não vai perceber a cilada, porque não é capaz de analisar coisa alguma.
E tomara que morra!
Assim, sem ter tido oportunidade de abraçar mais uns dois ou três pra morrer junto ou apontar as entranhas destroçadas no bolo de comemoração do outro e tentar ao menos estragar a festa. Típico de um pau no cú desses.
Morra incógnito, ausente da brecha de importunar quando mais queria.
Toma aqui sua carta. Seu puto(a)! Que se exploda!

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